MAC Niterói recebe duas novas exposições

Niterói (MAC) recebe duas novas exposições:
“Irreflexo”, da artista Camila Paola, com curadoria de Beatriz da Matta; e “Era
uma vez…”, de Vinícius Ferraz, com curadoria de Viviane Matesco. As duas
instalações foram contempladas pelo edital da Fundação de Arte de
Niterói.
Luiz Guilherme Vergara, os autores das duas mostras trazem uma pulsação
fundamental para a expansão do sentido público do museu, enquanto afirmam o
conceito de liberdade experimental da arte indissociável da abertura de suas
intervenções, tanto para a arquitetura e paisagem, quanto para o indivíduo e
sociedade.

“Enquanto o pátio e a varanda do MAC acolhem
as intervenções gráficas do Ferraz expressando os resíduos nos chãos e paredes
das violências silenciadas sobre as infâncias partidas nas sombras de nossas
grandes cidades; ‘Era uma Vez…’ conjuga gestos e marcas vermelhas com a
ambigüidade da presença dos ursinhos que acompanham os imaginários afetivos das
crianças. Ao mesmo tempo, Camila Paola propõe um percurso crítico e
literalmente reflexivo da condição humana hoje espelhada para cada um pelas
superfícies embaçadas de ilusões e solidões de si mesmo”, ressalta
Vergara.
apresentar uma instalação composta por 40 espelhos (60 x 40
cm) e uma vídeo performance. Os espelhos são colocados na parede,
como quadros, um ao lado do outro, fazendo um caminho de reflexo. A varanda tem
uma linda vista para a Baía de Guanabara, um belo local para se fotografar.
Brincando com esta questão, junto aos espelhos, de forma discreta, estará um
adesivo de ‘proibido fotografar’. Todos esses espelhos – metade em perfeito
estado e metade danificada – têm o objetivo de provocar um questionamento sobre
a obsessão da própria imagem, bem como do registro desenfreado que tem
acontecido mais frequentemente nos dias atuais.
vez…”, o artista Vinícius Ferraz apresenta impressões e marcas
vermelhas obtidas a partir de ursos de pelúcia. As marcas dos ursos
invocam o método dos legistas que demarcam o corpo na cena do crime, mas também remetem
à brincadeira de criança que contorna a mão.
visualidade atrativa e contundente, brinca com a passagem do tempo, com o doloroso
contato com a matéria. “Fazer uma impressão é marcar os traços de uma figura
sobre uma superfície, requer gestualidade, implica, portanto uma dimensão
táctil e visual em torno do corpo. Seja pela impressão ou pelo contorno, o que
desaparece não fica invisível, torna-se memória que perpetua a ausência”,
afirma Ferraz. Complementando a mostra, será exibido, na varanda, um vídeo com
uma performance em que o artista carrega o urso do Rio até o MAC.