Mães (e mulheres) possíveis
Histórias
de vida plurais que se cruzam em redes de apoio em torno da maternidade
de vida plurais que se cruzam em redes de apoio em torno da maternidade
Por
Luana Dias
Luana Dias
No mês de Maio, o jornal CASA DA GENTE inicia uma série de
reportagens que irá trazer à tona o perfil de mulheres contemporâneas que se
conectaram entre si, e decidiram unir forças num dos momentos mais singulares
da vida: ser mãe.
reportagens que irá trazer à tona o perfil de mulheres contemporâneas que se
conectaram entre si, e decidiram unir forças num dos momentos mais singulares
da vida: ser mãe.
Bombeira, produtora de cinema, analista de sistema, dona de
casa, atleta, biomédica: mulheres com perfis tão diferentes entre si, mas que buscam
juntas o caminho de uma maternidade mais sensível, livre, pessoal e envolvida
por uma rede de apoio de troca de experiências e aprendizados.
casa, atleta, biomédica: mulheres com perfis tão diferentes entre si, mas que buscam
juntas o caminho de uma maternidade mais sensível, livre, pessoal e envolvida
por uma rede de apoio de troca de experiências e aprendizados.
Dia após dia, elas tentam compreender os obstáculos, respeitar
os limites pessoais, ter paciência e se desvencilhar de culpas e medos que
podem atingir a mulher durante esta fase.
os limites pessoais, ter paciência e se desvencilhar de culpas e medos que
podem atingir a mulher durante esta fase.

Ludmilla
Abreu
Abreu
Moradora do bairro do Engenho do Mato, a atleta e dona de
casa Ludmilla Abreu tem 32 anos é mãe do João, que veio a falecer aos 5 meses
de idade, devido a complicações uma má-formação congênita, e da pequena
Manuella, de 2 anos e 4 meses.
casa Ludmilla Abreu tem 32 anos é mãe do João, que veio a falecer aos 5 meses
de idade, devido a complicações uma má-formação congênita, e da pequena
Manuella, de 2 anos e 4 meses.
“Durante o período em que minha filha está na escola,
eu aproveito para treinar, ou realizar alguma atividade relacionada a
esporte. Quando ela está comigo, eu me
divido na função de dona de casa e mãe”, conta.
eu aproveito para treinar, ou realizar alguma atividade relacionada a
esporte. Quando ela está comigo, eu me
divido na função de dona de casa e mãe”, conta.
Com a maternidade, Ludmilla
acredita que aprendeu a ter mais paciência.
acredita que aprendeu a ter mais paciência.
“Depois que tive a Manu, tive a percepção de que tudo passa e as coisas
sempre se encaixam. Manu é super criativa, falante, expressiva. Não gosta de
grude (igual a mãe!), adora animais e a natureza”.
sempre se encaixam. Manu é super criativa, falante, expressiva. Não gosta de
grude (igual a mãe!), adora animais e a natureza”.
“Ser
mãe é…
mãe é…
cansativo. É a primeira palavra que passa pela minha cabeça,
que resume bem o nosso dia-a-dia”.
que resume bem o nosso dia-a-dia”.

Ana
Carolina Kuntz
Carolina Kuntz
Aos 23 anos de idade, a biomédica Ana Carolina Kuntz é mãe
de Júlia, com 2 anos e 5 meses. Moradora do bairro de Itaipuaçu, em Maricá, ela
vive uma rotina intensa que começa pela manhã, quando cuida da filha, e segue à
tarde, quando dedica tempo aos estudos.
de Júlia, com 2 anos e 5 meses. Moradora do bairro de Itaipuaçu, em Maricá, ela
vive uma rotina intensa que começa pela manhã, quando cuida da filha, e segue à
tarde, quando dedica tempo aos estudos.
“Enquanto Júlia está na escola, eu cuido da casa e
tento estudar para ingressar no Mestrado. A rede de apoio formada por mulheres
salva a nossa sanidade mental, e nos faz sentir um pouco menos sozinha”,
conta.
tento estudar para ingressar no Mestrado. A rede de apoio formada por mulheres
salva a nossa sanidade mental, e nos faz sentir um pouco menos sozinha”,
conta.
Ana Carolina diz que a maternidade mudou completamente a sua
vida: de jovem estudante e frequentadora de baladas, ela se viu convidada a uma
transformação contínua, que a torna mais empática, principalmente com as outras
mulheres.
vida: de jovem estudante e frequentadora de baladas, ela se viu convidada a uma
transformação contínua, que a torna mais empática, principalmente com as outras
mulheres.
“Ser
mãe é …
mãe é …
nunca mais estar só, mas às vezes se sentir sozinha”.

Paula
Lagoeiro
Lagoeiro
Paula Lagoeiro é produtora executiva de Cinema e TV e mãe do
Otto de 1 ano e cinco meses. Moradora do bairro do Pé Pequeno, em Niterói, ela tem 35 anos e uma rotina atribulada. Todos os
dias, ela deixa o filho na creche e sai cedo em direção ao trabalho, que fica
no Centro do Rio. Paula conta com a ajuda da mãe que busca o filho, para que ela possa ter tempo
de cruzar a ponte e voltar para o reencontro com o seu pequeno.
Otto de 1 ano e cinco meses. Moradora do bairro do Pé Pequeno, em Niterói, ela tem 35 anos e uma rotina atribulada. Todos os
dias, ela deixa o filho na creche e sai cedo em direção ao trabalho, que fica
no Centro do Rio. Paula conta com a ajuda da mãe que busca o filho, para que ela possa ter tempo
de cruzar a ponte e voltar para o reencontro com o seu pequeno.
“Esse é o melhor momento do dia: nosso tempo para brincar
e nos divertir, nos olhar e aprender. Meu marido exerce plenamente seu papel de
pai e companheiro, então compartilhamos os cuidados com o Otto e das demandas
da casa na parte da noite”, conta.
e nos divertir, nos olhar e aprender. Meu marido exerce plenamente seu papel de
pai e companheiro, então compartilhamos os cuidados com o Otto e das demandas
da casa na parte da noite”, conta.
Paula assume que nem sempre é fácil se equilibrar entre as
demandas pessoas e profissionais.
demandas pessoas e profissionais.
“Às vezes ainda falta tempo pra mulher, quando a
profissional e a mãe estão em campo. A rede de apoio é de extrema importância
para saber que não estamos sós ou loucas”, afirma.
profissional e a mãe estão em campo. A rede de apoio é de extrema importância
para saber que não estamos sós ou loucas”, afirma.
Ser mãe
é…
é…
busca por uma escuta cada vez ativa e aumento da paciência. É
o exercício constante do amor.
o exercício constante do amor.
“Ser
mãe é viver uma eterna contradição entre desejos e culpa”

Lays Delfim
Lays Delfim tem 26 anos e é Bombeiro Militar, e mãe da Elisa
de 1 ano e 3 meses. Moradora de São Gonçalo, ela trabalha três vezes por
semana, e por conta da maternidade e pela escolha de seguir amamentando até pelo
menos sua filha completar 2 anos, ela resolveu adaptar ao máximo sua rotina de trabalho para
poder dormir mais em casa com a sua pequena. Porém, quando Lays tem plantão de
24h no quartel, alguém da rede de apoio leva a bebê até seu trabalho para que
ela possa amamentar.
de 1 ano e 3 meses. Moradora de São Gonçalo, ela trabalha três vezes por
semana, e por conta da maternidade e pela escolha de seguir amamentando até pelo
menos sua filha completar 2 anos, ela resolveu adaptar ao máximo sua rotina de trabalho para
poder dormir mais em casa com a sua pequena. Porém, quando Lays tem plantão de
24h no quartel, alguém da rede de apoio leva a bebê até seu trabalho para que
ela possa amamentar.
“Tento ir à academia nos dias em que vou trabalhar,
para ter um tempinho exclusivamente meu. Meu marido também trabalha por escala,
então tentamos conciliar os dias trabalhos e folga para os cuidados da pequena.
Minha avó e minha sogra cuidam dela quando as escalas não coincidem ”
relata sua rotina.
para ter um tempinho exclusivamente meu. Meu marido também trabalha por escala,
então tentamos conciliar os dias trabalhos e folga para os cuidados da pequena.
Minha avó e minha sogra cuidam dela quando as escalas não coincidem ”
relata sua rotina.
Para ela, a rede de apoio é essencial para poder dividir
tarefas, cuidados e conversa.
tarefas, cuidados e conversa.
“O nosso grupo de ‘puérperas’ é a rede mais linda de
apoio que tive, é muito acolhimento. Imprescindível para sabermos que a
maternidade é difícil pra todas e não estamos sozinhas nessa”,
confidencia.
apoio que tive, é muito acolhimento. Imprescindível para sabermos que a
maternidade é difícil pra todas e não estamos sozinhas nessa”,
confidencia.
“Ser
mãe é …
mãe é …
viver uma eterna contradição entre desejos e culpa. A
maternidade mudou completamente minha forma de enxergar o mundo, as relações,
as pessoas. Mas principalmente a me importar com a forma de criação das nossas
crianças que são nosso futuro.
maternidade mudou completamente minha forma de enxergar o mundo, as relações,
as pessoas. Mas principalmente a me importar com a forma de criação das nossas
crianças que são nosso futuro.

Geovana
Silva
Silva
Geovana Silva tem 39 anos, é Analista de sistemas e mãe da Mariana, 1 ano e 8 meses. Residente no
bairro de Jardim Alcântara, em São Gonçalo, ela se divide entre o trabalho e os
cuidados com a filha. Na parte da manhã,
se prepara para levá-la à creche; enquanto está por lá, ela faz alguns serviços
domésticos.
bairro de Jardim Alcântara, em São Gonçalo, ela se divide entre o trabalho e os
cuidados com a filha. Na parte da manhã,
se prepara para levá-la à creche; enquanto está por lá, ela faz alguns serviços
domésticos.
“Depois que vou buscá-la, volto a me organizar do jeito
que dá, a rotina de cuidar da casa e da ‘cria’ tem consumido praticamente todo
o meu tempo. Estou desempregada desde a gestação e buscando recolocação
profissional”, conta.
que dá, a rotina de cuidar da casa e da ‘cria’ tem consumido praticamente todo
o meu tempo. Estou desempregada desde a gestação e buscando recolocação
profissional”, conta.
Para ela, a rede de apoio se torna um lugar essencial onde
se pode desabafar, e reconhecer que as mulheres passam por problemas e desafios
similares, mesmo sendo tão diferentes nos aspectos social e cultural.
se pode desabafar, e reconhecer que as mulheres passam por problemas e desafios
similares, mesmo sendo tão diferentes nos aspectos social e cultural.
“Se sentir acolhida e acalentada, motivada e confiante
não tem preço”, afirma.
não tem preço”, afirma.
“Ser
mãe é…
mãe é…
abdicar da vida pessoal, social e profissional em prol do melhor
desenvolvimento e bem estar do filho. Nossas prioridades pessoais mudam e no
lugar, temos uma preocupação constante em sermos melhores como pessoa, em todos
os aspectos”.
desenvolvimento e bem estar do filho. Nossas prioridades pessoais mudam e no
lugar, temos uma preocupação constante em sermos melhores como pessoa, em todos
os aspectos”.
Quer participar da série “Mulheres (e mães)
possíveis”? Envie sua história para [email protected] ou pela
rede social: www.facebook.com/jornal.casadagente
possíveis”? Envie sua história para [email protected] ou pela
rede social: www.facebook.com/jornal.casadagente