Première Brasil, vitrine do nosso cinema
crescimento do número de títulos brasileiros exibidos é diretamente
proporcional ao aumento da produção audiovisual nacional
* Por Cristiana Giustino
![]() |
“Gabriel e a Montanha” (foto divulgação) |
O Festival do Rio está em curso e nele,
a Première Brasil, mostra exclusivamente dedicada à produção e coprodução de
filmes brasileiros. Além dos longas e curtas de ficção e documentário que
concorrem ao troféu Redentor, a mostra também exibe filmes Hors Concours (convidados,
não competidores) e Retratos (cinebiografias documentais), todos realizados em
2016 ou 2015. Na edição 2017, estão em exibição 75 filmes. E esse número vem
crescendo a cada ano. Em 2016 foram exibidas 48 produções, e em 2015, 34
títulos. O número de filmes inscritos na Première Brasil 2017 também é robusto.
Foram 250 inscrições, “o maior número que já tivemos”, disse a diretora do
Festival do Rio, Ilda Santiago.
Brasil. Os festivais de cinema brasileiros são hoje a principal plataforma de
lançamento do cinema nacional e a cada ano exibem mais títulos. Mas como crescem
estes números em um contexto de crise? Esse crescimento não vem de hoje. O
principal mecanismo responsável pelo aumento da produção audiovisual brasileira
chama-se Fundo Setorial do Audiovisual, fundo público de investimento criado em
2006 após anos de demanda dos setores envolvidos, com o objetivo de fomentar o
desenvolvimento articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual
no Brasil.
![]() |
A previsão para 2017 é de um novo recorde de filmes lançados, com destaque para animações |
chamada Lei das Teles –, o FSA ganhou corpo e é hoje a principal ferramenta de
investimento público no audiovisual brasileiro. É um dos fundos federais de
melhor execução do país (ainda assim, menos de 70% do valor disponível é
efetivamente investido) graças à articulação do setor e de órgãos como a
Ancine, e suas reservas chegam a quase R$ 1 bilhão por ano. O investimento é público,
porém, com lógica de mercado. O FSA participa das receitas dos filmes nos quais
investe até que o valor desta participação seja igual ou maior ao valor investido
no projeto.
![]() |
Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, em lançamento recente (foto Luana Dias) |
arranjos regionais, parcerias com as esferas estaduais e municipais para
realização de chamadas públicas locais, como é o caso dos editais SP Cine, dos
antigos editais da RioFilme e dos editais de produção previstos no programa “Niterói:
Cidade do Audiovisual”, lançado no mês passado.
similares, muitos dos filmes realizados têm nos festivais nacionais e
internacionais sua única plataforma de exibição. Este fato deve-se ao principal
gargalo da cadeia produtiva audiovisual do país: a distribuição. Apesar do FSA
também prever mecanismos de fomento para este elo, ainda não foram postas em
prática soluções efetivas para que os filmes produzidos alcancem um maior
número de espectadores.
característica da produção nacional é a sua diversidade de gêneros, estilos e
temáticas. Criamos uma lista de longas em exibição na Première Brasil que
expressa essa diversidade.

Fellipe Barbosa
Gerbase
Eu, Pecador (documentário), de Nelson
Hoineff
Henfil (documentário), de Angela Zoé
Entre irmãs (ficção), de Breno Silveira
<<<Severina (ficção), de Felipe Hirsch (ficção)
Praça Paris (ficção), de Lúcia Murat
Legalize Já! (ficção), de Johnny Araújo
e Gustavo Bonafé
Motorrad (ficção), de Vicente Amorim
Dedo na Ferida (documentário), de Silvio
Tendler

Açúcar (ficção), de Renata Pinheiro e Sérgio
Oliveira
Como é cruel viver assim (ficção), de
Júlia Rezende
Berenice Procura (ficção), de Allan
Fiterman
SLAM: Voz de Levante (documentário), de
Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva
Animal Cordial (ficção), de Gabriela
Amaral Almeida Première
Boas Maneiras (ficção), de Juliana Rojas
e Marco Dutra
Pastor Cláudio (documentário), de Beth
Formaggini
Première Brasil no site do Festival do Rio.
conteúdo e analista de projetos culturais